Ritalina (Metilfenidato) - Remédio para TDAH



Ritalina (metilfenidato) é a alternativa medicamentosa mais comum para TDAH - Déficit de Atenção e hiperatividade. Uma das preocupações mais usuais quando se tem um diagnóstico de TDAH – ou mesmo quando há apenas desconfiança diz respeito ao uso de medicação. Perguntas comuns são: Vou tomar Ritalina? Preciso mesmo tomar o remédio? O remédio vicia? É para sempre?

Recentemente, tem havido diversas críticas à aumento muito elevado (mais que 1.000% de aumento no Brasil) na prescrição de medicação para crianças, especialmente Ritalina (metilfenidato). Hoje, o Brasil é segundo pais que mais consome Ritalina no mundo. Além disso, o consumo por não-portadores de TDAH, vendas ilegais pela internet, abuso por jovens em baladas ou para melhores resultados em provas ou no trabalho, já assumiram proporções muito assustadoras e assemelhadas a outras situações de tráfico de drogas. Uma simples pesquisa pelo Google mostra como é fácil comprar Ritalina pela internet.

A faixa preta sempre assusta. É uma reação extremamente comum, devido a perguntas não respondidas, medos não resolvidos, preconceitos e falta de informação. É preciso conhecer mais sobre os tratamentos, as especificidades de cada um e, no caso da medicação, as indicações e efeitos colaterais do tratamento para TDAH com Ritalina ou outros remédios para TDAH, Hiperatividade e outras das queixas associadas.

Se fizer tratamento para TDAH com medicação / Ritalina, precisarei fazer outros tratamentos?

A medicação é uma alternativa que pode trazer muitos benefícios, por atuar diretamente sobre o funcionamento cerebral. Contudo, é preciso ter claro que as complicações associadas ao TDAH, hiperatividade, impulsividade não se reduzem a estas alterações.

Habilidades, competências, hábitos e padrões comportamentais são desenvolvidos ao longo dos anos, por processos de aprendizagem e treinamentos (conscientes ou não). Devido às alterações do TDAH, esta aprendizagem - especialmente durante a infância - é comprometida. Quando se introduz a medicação, a capacidade de controle do foco da atenção e outras funções executivas melhoram. Isto, porém, não é suficiente para desenvolver todas as habilidades necessárias nem construir novos hábitos e formas de agir.

De um modo geral, tratamentos exclusivamente baseados em medicação, mesmo que tragam efeitos positivos de curto prazo, no médio e longo prazo se mostram insuficientes para atender às necessidades, especialmente com organização, planejamento, cumprimento de prazos, auto-controle, equilíbrio emocional, capacidade de relacionamentos, entre outros. Há uma expressão muito usada a este respeito: "Pilulas não ensinam habilidades".

Isto é especialmente verdadeiro no caso de crianças que são diagnosticadas após 10 ou 11 anos de idade. Muitas delas, devido à distração ou hiperatividade próprias do TDAH, tiveram seu processo de alfabetização comprometido, bem como os primeiros desenvolvimentos do raciocínio lógico-matemático e das capacidades mais incipientes de organização e realização de tarefas. Neste caso, um tratamento exclusivamente medicamentoso serviria para reduzir a agitação - facilitando assim os períodos em sala de aula e reduzindo as queixas da escola - porém não traria ganhos ao seu desenvolvimento escolar, pois o próprio aproveitamento já sofre os efeitos do déficit de conteúdos e competências. Assim, é fundamental entender as necessidades envolvidas e certificar-se que o plano de tratamento levou-as em conta.


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