O que é discalculia?
Para a maioria
das pessoas o fato de “ir mal de matemática” é a coisa mais normal e aceita do
mundo. Afinal aqueles que tiram boas notas na matéria ou ainda gostam de
estudá-la são considerados os “nerds “ou
“diferentões”.
Esta idéia é
tão comum, mas tão comum, que, muitas vezes os próprios professores da matéria
ficam resignados e não buscam outras alternativas de ensinar esta ciência às
crianças, de uma forma que elas não apenas aprendam seus fundamentos bem como
interessem-se por ela.Eu mesma, quando adolescente ou criança pensava... “mas
para que vou usar hipotenusa, cateto,
área de um poliedro ou ainda decorar fórmulas. E as tarefas de álgebra.. Pra
quê???
As crianças
brasileiras já possuem uma defasagem enorme em leitura e escrita e quando
falamos em matérias da área de exatas, como matemática e física, os resultados são
alarmantes. Dados coletados em 2015 do
INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa em Educação Anísio Teixeira)
indicam que, no quesito matemática, 57%
de nossas crianças de escolas públicas atingem o nível 1 e 2 de aprendizagem em
matemática, resultados estes considerados inaceitáveis. Elas conseguem apenas
ver horas em relógios digitais ou fazer contas que usem os numerais até 20.
Os piores resultados encontram –se nos estados
do Amapá e Pará, com 82,86% e 81,43% de crianças com índices abaixo do
esperado. E isso, além de alarmante é triste, muito triste. A maioria destas
crianças não possui discalculia. Dados estimam que de 3 a 6 % de nossas
crianças sofrem deste mal, caracterizado pela inabilidade de fazer cálculos,
independentemente de sua inteligência normal, oportunidades de estudar, de se
encontrarem equilibradas psiquicamente ou serem motivadas a estudarem a
matéria.
Para se ter
uma idéia, o ato de calcular envolve muitos processos cerebrais, como atenção,
memória, discriminação visual, representação números e símbolos...E pense só,
como seria nosso mundo sem os números? Saberíamos telefones de parentes? Como
calcularíamos o tempo de chegar a um compromisso ou cozinhar algo? Seríamos
enganados ao receber trocos? E a ciência, como se desenvolveria sem os números
das pesquisas apoiarem as decisões? Como casas seriam construídas e por aí
vai... Olhe aí, como a matemática é importante em nossas vidas!
Mas o que uma
criança com discalculia demonstra? Estes comportamentos nos darão algumas
dicas:
*Dificuldades
em entender maior ou menor;
*Problemas em
realizar cálculos matemáticos;
*Confunde-se
com números ou os escreve de forma invertida;
*Não
discrimina os sinais dos cálculos como +, - , x e dividir;
*Demonstra
dificuldade em seguir sequências das coisas, o que vem primeiro, depois;
*Possui pouca habilidade em localizar esquerda,
direita, em cima, em baixo, ou ainda entender
uma localização como a 300 metros e tem dificuldade de entender que 1
quilo corresponde a o dobro de 500
gramas;
*Demonstra
dificuldade em ler números com muitos dígitos como milhares , ex.: leia 1359.
*Na hora de
armar a conta para fazer o cálculo não consegue executar a tarefa;
Esta desordem
neurológica deve ser avaliada e tratada assim que os primeiros sinais
ocorrerem, para que a criança não vivencie a sensação de fracasso durante toda
sua vida escolar além das dificuldades inerentes para entendimento da matéria, o que muitas
vezes pode levar à desistência escolar, bulliyng e auto estima rebaixada.
A avaliação é
feita por equipe multidisciplinar, composta por psicopedagogo, neurologista
infantil, fonoaudiologista entre outros profissionais. Ainda não há exames de
imagem ou laboratoriais que comprovem ou não esta problemática, por isso a
validação ou não da hipótese que a criança tenha discalculia é feita através da
observação de seus comportamentos diante de conceitos matemáticos.
Geralmente
estas dificuldades já aparecem nos primeiros anos de escolarização. Professor, fique atento à criançada. Nem todas as crianças possuem discalculia, mas
apresentam dificuldades em aprender conceitos que o ajudarão no processo de
aprendizagem da matéria. Use e abuse de formas diferentes de trabalhá-los para que o entendimento chegue ao maior
número de alunos possível. Aos pais sejam próximos a escola das crianças. Eles
poderão ajudar. Em caso de dúvida, leve
seu pimpolho para um profissional de saúde de sua confiança.
Por Vivian Camila
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