Os humanos e a tecnologia
Esta semana,
fomos alertados por toda a imprensa a respeito de uma horrível notícia. Um
garoto teria sido encontrado enforcado em função de uma brincadeira feita pela
internet, na qual jovens competem para ver quem consegue ficar mais tempo sem
respirar.
O fato chocou
as pessoas mas também as alertou das coisas que jovens encontram na internet as
quais seus pais ou cuidadores não tem a mínima noção que ficam disponíveis na
rede.
Também recebo
no consultório diariamente a mesma queixa: - “Meu filho fica muito na internet
e no telefone, não dorme, fica distante de nós. Já tentei de tudo, até desligar
a energia elétrica da casa, mas não adianta”. Que sufoco!
A cada dia
todos nós (e não apenas as crianças e os jovens) estamos viciados em
tecnologia. Quantos dias você consegue usar seu celular apenas para ligações?
Sem aplicativos de mensagens, de receitas de fotos, ou qualquer outro? Quanto
tempo você fica acessando a internet quando está em casa e poderia fazer mais
companhia aos familiares? O que você está ensinando a sua família com seus
atos?
É só irmos a
um restaurantes que vemos crianças pequeninas com acesso direto a tablets . –“
Ela adora ver vídeos” , dizem os pais. Mas você realmente sabe o que seu filho
está vendo? Até vídeos pornográficos ou violentos com desenhos de personagens
infantis ficam disponíveis sem filtro nenhum na internet.
Quantas vezes
reclamamos de ler um livro para a criançada, ver pela centésima vez um filme
com eles ou ainda ficamos malucos com a vontade deles de correr, jogar bola e
andar de bicicleta dentro de casa? Quanto de nosso tempo livre usamos para
pensar em nossos problemas e tentar relaxar sem as crianças por perto? - “ Ao menos no computador ele fica quieto
dentro de casa”. Quanto estamos colaborando para que nossas crianças
praticamente sejam viciados em tecnologia?
O que o uso
excessivo de internet, games e afins pode acarretar? Porque damos um celular a
uma criança de menos de 10 anos que nem sai sem algum responsável de casa? -“Ah, ele só usa os joguinhos...”. Inúmeros
casos de crianças que fogem de casa, pedofilia, dificuldade em fazer amizades
ou relacionar-se com familiares, dificuldades na escola podem advir do uso
incorreto dos computadores.
Mas o que pode
ser feito? Vamos dar algumas dicas:
·
Quanto menor a criança, menos tempo ela tem que
ter contato com este tipo de tecnologia. Busque jogos educativos que ela possa
pegar, sentir, dividir a brincadeira com outras crianças e adultos.
·
Leia para as crianças, incentive o manuseio de
livros (ainda são acessíveis para toda a população e ajudam muito na
escolarização, por exemplo).
·
Invista tempo em brincadeiras nas quais vocês
tenham que mexer o corpo, incentive a prática esportiva desde pequeno.
·
Computador em casa com criança e adolescente
deve ficar na sala. Nada das pessoas ficarem separadas em seus quartos. Como os
pais tem responsabilidade, inclusive jurídica pelos filhos é necessário
respeitar a individualidade, mas o filho tem que saber que, de vez em quando,
se sentir a necessidade, o pai tem o direito e o dever de olhar seus contatos,
suas conversas, seus acessos.
·
Aproveite o tempo para conhecer seu filho, os
amigos deles, os pais dos amigos. Você vai encontrar diversão e relaxamento
para você também, evitará muitos problemas, fará novas amizades.
Passe um tempo de qualidade com a filharada. Se possível, o maior tempo
que puder. Valerá a pena. Relacionamento se constrói no dia a dia, conversando
juntos, fazendo uma refeição juntos, vendo um filme juntos, batendo uma bolinha
juntos. Prepare-se para uma jornada desafiadora mas maravilhosa!
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