Sua criança tem tempo de ser criança?

Os dias de hoje não estão fáceis para os adultos nem para as crianças.
                Se o dia dos adultos é estressante pelo trabalho (ou pela falta dele), pelo tempo dispendido no trânsito, por ter que ser magro, bem sucedido, ter um bom carro, uma boa casa e ainda ter filhos lindos e saudáveis, além de um casamento muito equilibrado, imagine para os pequerruchos.
                Não é pouca coisa, não! Se , para nós adultos, isso muitas vezes e fonte para ansiedade e depressão, o que acontece quando estas cobranças são repassadas para nossas crianças, que ainda não tem o respaldo psíquico para tomar decisões do que seria melhor para elas?
                A rotina de nossas crianças é puxada. Vão cedinho para a escola. Se não ficam por lá o dia inteiro (e , em muitos casos até à noite), vão para a suas casas e começam a correria. Aulas de inglês, matemática, esportes. Tudo isso em nome de uma boa educação, para que sejam competitivos no mercado de trabalho (que na verdade, nem sabemos como será daqui a 17,18,20 anos, quando ele estará apto a iniciar sua carreira).
Outra possibilidade é ficar em casa, sem a devida supervisão. Correm o risco de ficar o dia todo em computadores e celulares, conversando, jogando, restando pouco tempo para estudar. Sem contar nas crianças vestidas e maquiadas como adultos, nem o direito de terem a carinha de criança ou se sujarem lhe é permitido.
Quando os pais chegam à noite,  ou ainda no fim de semana, quando poderiam curtir juntos uma refeição, um jogo, não há tempo. É  preciso fazer as coisas da casa, tentar esfriar um pouco a cabeça para preparar-se para a semana extenuante que se achega. Mas, o quanto esta rotina ajuda ou prejudica nossas crianças?
Ajudar, não ajuda. Prejudicar, prejudica sim. Sem tempo para brincar de jogos onde se possa compartilhar,  correr, andar de bicicleta, gritar, se esconder, a escola ficará prejudicada. Sem rotina para comer, dormir, estudar, sua noção de tempo, urgência ou necessidades ficará alterada. Sem ter contato próximo com seus pais, pouco entenderão sobre as emoções, e pouco saberão o que é aceito ou não aceito pelos seus familiares. A vida fica muito confusa assim!
É a partir da convivência com o bebê que criamos laços, que os ensinamos o que nos é importante. É neste momento que nos conhecemos, sabemos o que gostamos ou não, quem são os amigos, os pais dos amigos, os professores de nossos filhos. Certos de uma rotina, estarão mais seguros para seguir em frente na vida e prever as dificuldades para reagir com mais facilidade.

Obviamente pais fazem sempre o que acreditam que seja melhor para o futuro da criançada. Um tempo na escola, um tempo com os pais, um tempo no computador, um tempo brincando e outro estudando seria o melhor caminho. Inclua sempre que possível a criançada na sua rotina. Um dia você sentirá falta quando crescerem e você  for a menor parte do dia a dia dele. Juntos, vocês poderão crescer, desenvolver-se, amparar-se e curtirem as dores e amores da vida com mais plenitude.


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